Pois, volto hoje, e prometo que a partir de agora terei mais regularidade nas sugestões e críticas dos restaurantes cá do burgo.
E regresso em grande, venho falar do Solar Moinho de Vento, que sempre esteve no centro do Porto, ali bem perto dos Leões e muito perto do "olho do furacão" que se tornou a "movida" portuense e a zona das "galerias".
Já há muito ouvia falar do restaurante, e para mim, foi uma agradável surpresa, assim como que ler um livro que já tinhamos lá por casa há muitos anos e só agora lemos, ou encontrar uma nota no bolso das calças de ganga que já não vestimos desde o ano passado.
Uma entrada muito tapada é sempre arriscada, mas não tenham medo, entrem, não se arrependerão. Por baixo de um telhado à moda antiga, alinhado por traves de madeira, encontramos à nossa esquerda um balcão onde repousa a perna de presunto de onde vão sair as finas fatias para as mesas, sendo que somos assaltados por cheiros de enchidos, queijo e de alguns pratos que afincadamente são preparados na cozinha (completamente aberta) que se encontra ao fundo do balcão e que ocupa parte do vão da escada que nos levará à simpática sala do primeiro andar.
À direita, uma fila de mesas de dois, alinhadas, e onde são colocados os turistas que vão chegando. Penso que já disse aqui neste nosso espaço de partilha, que abomino mesas muito próximas que agridem o espaço e o direito dos comensais. Mas, também já disse que adoro mesas redondas, e aqui no Moinho, vão encontrar pelo menos duas no primeiro andar.
Uma sala mutio agradável, rasgada por janelas em duas frentes e com uma decoração simples, típica e apelativa. Encontramos desde relógios, garrafas magnum dos melhores vinhos, a adereços publicitários de outros tempos que nos fazem retornar uns anos atrás.
Já à mesa, encontramos um serviço que cumpre, mas que não excede expectativas. Começamos com uma tábua de enchidos, juntamente com uns bolinhos de bacalhau e algo que nos enche a alma, um mini queijo "tipo serra", acompanhado de doce de tomate e de umas tostinhas.
Quando for, não vá com pressa, os pratos são feitos na hora e demoram o seu tempo, mas não se irrite, porque o espaço convida a "estar" e conversar. Beba um copo dos bons vinhos que a carta tem e deguste com tempo as entradas.
Para tristeza minha o bacalhau à moinho de vento já tinha esgotado, pelo que não pude comprovar a fama. As escolhas são variadas, vão desde o cozido à portuguesa, tripas à moda do porto, filetes de polvo com arroz do mesmo ou iscas de bacalhau (deliciosas) com arroz malandrinho. Optamos por arroz de bacalhau com ameijoas e por um prato mais simples, mas delicioso, bifes de frango com molho de queijo da serra. O pouco que se falou e o muito que se ouviu "hummm" diz bem do impacto dos pratos principais.
O restaurante merecia umas sobremesas mais impactantes e melhores, a escolha é pouca, e, à excepção da tarte de amêndoa caseira, que é boa, as restantes mousses de limão e de chocolate, são apenas medianas.
O custo, esse sim tem algum impacto, muito por culpa do sítio previligiado e a fama que conseguiu almejar, que permite estar sempre na linha da frente dos roteiros turisticos e nas boas graças dos críticos gastronómicos.
A voltar.
Localização/Ambiente - ****(4)
Serviço - ***(3)
Comida - *****(5)
Relação Qualidade/Preço - ****(4)
Satisfação Global - ****(4)
Estrela Joker Recomendação ComamComam - * (1)
Total - 21 num máximo de 25
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