sábado, 9 de maio de 2015

Restaurante Machado


A frase - saí de lá a rebolar - é das que melhor se enquadra neste simpático restaurante!
Entrada em pedra, robusta, com uma linda lareira, ao fundo um confessionário que servirá para pagar a conta no final.
Salas amplas, decoradas com cabaças, motivos agrícolas e com os chocalhos das vacas que outrora pastavam nestes imenso campos da Maia, pendurados no tecto.
Um serviço cinco estrelas, simpático, com humor, com um cometário ou uma resposta para todas as circunstâncias e com um interesse pelo bem estar dos comensais que não é fácil encontrar.
À Chegada, a mesa não fica vazia por muito tempo, a Sangria é das primeiras a aparecer e apesar de pouco alcoolica é bastante agradável e bebe-se bem. A acompanhar chegam as entradinhas, a saber:
Salada Mista, Salada de Feijão Fradinho, Salada de Grão com pouco Bacalhau, Pão de Alho (caseiro e uma agradável surpresa), Pataniscas, Rojões à Beirão, Tripas com Feijoca à Machado, Alheiras de Mirandela (confirma-se as originais) e Sopa de legumes.
Bem, depois disto tudo seria de pensar que viria uma sobremesa poderíamos ir embora. Engano.
Estava era chegada a hora do prato principal - Vitela à posta Assada no Forno à Moda de Lafões
Servida com Arroz de Forno, Batatas Assadas e legumes Salteados. Carne muito saborosa e que dá fama à casa. Como alternativa há ainda Pernil de Porco Preto.
A esta altura já com toda a gente a fazer tetris para aconchegar a comida, já se bebeu além da Sangria um vinho verde de produção própria - Toca da Raposa - que à temperatura certa, acompanha bem o prato principal.
Eis quando os simpáticos funcionários começam num vai vem incansável de sobremesa atrás de sobremesa, quando chega a terceira eu levanto os braços e digo, rendo-me, mas de nada adianta, deixei de contar à oitava.....só acabam mesmo quando já ninguém consegue comer....
A saber: Sopas de Cavalo Cansado , Leite Creme, Aletria, Tarte de Maça, Tarte de Banana, Bolo de Bolacha, Cabeça do Pinto da Costa, Mousse de Chocolate, Morangos e Salada de Frutas.
Fiquei com a ideia de que algumas delas estavam apenas ali para encher, tipo as sobremesas dos hotéis, que sabem todas ao mesmo. De todas as indicadas, excluindo a fruta, há duas ou três de qualidade, as restantes são fraquinhas.
Venha o café e o mata bicho poderoso, não sem antes vir uma garrafinha de águas com gás de litro, que é para ser tudo à grande!
No final faltou só a pastilhinha de menta para explodir....
Fica a ideia de que com menos, retirando o que tem menos qualidade, as pessoas ficariam com uma memória mais simpática e voltariam mais vezes.
O preço é fixo e considero ajustado.

Para voltar de tempos a tempos e para mais tarde recordar.

À saída só apetece ir a rebolar para casa.


Localização/Ambiente - ****(4)
Serviço - *****(5)
Comida - ***(3)
Relação Qualidade/Preço - ****(4)
Satisfação Global - ****(4)

Total - 20 num máximo de 25












http://www.restaurantemachado.com/

https://www.facebook.com/pages/Restaurante-Machado/216239158414370?fref=ts

quinta-feira, 5 de março de 2015

Winebar Casa da Viúva

Já estavam com saudades de visitar este boteco, confessem lá?


Hoje não vamos falar de um restaurante, mas sim de um winebar, o que acaba por não ser problemático, uma vez que, se os três mosqueteiros eram na realidade quatro e a guerra dos 100 anos durou 116, porque não estar um winebar entre os nossos restaurantes eleitos?



Convém ir num carro não muito largo, já que será seguindo por caminhos estreitos e entre casas de xisto, que encontrará a Casa da Viúva. E mesmo com um carro pequeno, beba com moderação, porque as ruas para regressar a casa ficam ainda mais estreitas depois do repasto.

Este antigo palheiro foi recuperado em 2013 e é dos lugares mais movimentados em Quintandona, uma aldeia de Xisto totalmente recuperada na freguesia de Lagares, perto de Penafiel.

Estacionamos o carro num parque grande e amplo, mas que no final da noite parece pequeno, tantos os carros lá estacionados.
Um caminho rústico leva-nos a uma esplanada que deve ser divinal no verão.
Uma porta antiga abre-se para uma noite diferente, com boa comida, boa bebida e um ambiente que vale a pena experiênciar.
Os três pisos, todos em madeira, com um pé direito não muito alto, estão elegantemente decorados com objetos antigos e relacionados com a actividade vinícola e corticeira: há um rádio, garrafões de vidro transformados em candeeiros, chaves e rolhas que os amigos assinam e colocam por cima do balcão. Não faltam as polaroids coladas na parede. Sob a madeira que sustenta o telhado recuperado pode ver-se ainda alguma da telha original.

No piso térreo, junto à lareira acesa, os copos na mão ajudam a fluir a conversa,  por entre os convivas vislumbro ao balcão os vinhos do dia, expostos para que se possa degustar e escolher o que se quer beber nessa noite.
Aqui servem-se petiscos acompanhados por um copo de vinho. A garrafeira está em constante construção, mas pelo que me saltou à vista, bastante completa e com vinhos para todos os gostos e bolsos.

O serviço e o ambiente são informais e acolhedores, o exiguo espaço gera a socialização entre copos de vinho e sabores rustícos divinais.
Não consigo escrever sem ficar cheio de fome, posso dizer que tudo era bom, bem feito e com produtos de boa qualidade. Começamos por uma tábua redonda em que uma alheira se encontra dentro de um queijo derretido, está rodeada de pequenos montinhos de queijo encimados por uma nóz e a guardá-los um rolinho de presunto e um outro em que o mesmo embrulha um espargo.
Abrem-se as hostilidades e o vinho está à altura, um vinha dos Santos do Douro que se revelou óptimo!
Depois da primeira tábua chegam uns peixinhos da horta e uns cogumelos saborosos e bem cozinhados. E em seguida, duas bonitas travessas, com camarões panados, iscas de Bacalhau,  chamuças, bolinhos de bacalhau, pastéis de massa tenra e coxinhas de frango. Bonito de se ver, sim porque os olhos também comem e muito, mas muito saboroso de se comer. Tudo muito bom e feito na hora.
Para os mais destemidos e poderosos, estava ainda reservada uma sopinha (bem, sopinha é um eufemismo) à lavrador que é feita na lareira numa panela de ferro de três pernas, típica da região.
E chegados à sobremesa, vendo já a meta ao fundo, uma tarte de maça com gelado ou um gofre com gelado também, fizeram as delícias dos mais gulosos.
Café em ritmo de digestão lenta, pedimos o xiripiti, que ainda está em fase de equação pela gerência....o que se arranjou foi um bagaço típico da região, que no copo parecia água, mas na boca parecia fogo. De fazer crescer pêlos no peito!




Não sou daqueles que fazem kilómetros para ir comer, mas esta viagem vale bem a pena e voltarei a fazê-la!








Localização/Ambiente - ****(4)
Serviço - ****(4)
Comida - *****(5)
Relação Qualidade/Preço - ****(4)
Satisfação Global - ****(4)
Estrela Joker Recomendação ComamComam - * (1)

Total - 22 num máximo de 25














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