segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Tapas & Papas

Para ir ao Tapas & Papas, em Matosinhos, é preciso levar uma moeda, uma chave ou um isqueiro. O restaurante é à porta fechada e não tem campaínha, terão mesmo que bater no vidro com um dos artefactos mencionados acima.
É um dos restaurantes mais originais que conheço e a partir do momento em que passam a porta, pelo menos terão a certeza de ter uma experiência, no mínimo, diferente. As tapas estão agora na moda, mas neste restaurante já são o "core" desde 1999 e posso também afirmar que de entre as mais variadas ofertas de tapas na zona do Porto, o Tapas & Papas é o restaurante com maior diversidade e o mais fiel às originais tapas espanholas.
Batemos então no vidro com uma moeda, abrem-nos a porta e entramos por um corredor estreito, que é como que um varandim para a sala maior do restaurante, à esquerda e em baixo e um caminho para a sala mais pequena, em cima, que não é mais que um mezzanine muito bem aproveitado para aconchegar mais uns quantos comensais.
Nos recantos do restaurante (incluindo no WC), podemos encontrar posters como o que termina este "post", fotografias, quadros com dizeres de outros tempos (ò xente que lugar mais arretado) e referências na imprensa ao restaurante e aos feitos do FCP.
Obrigatório reservar mesa.
Serviço eficiente e simpático, um pouco informal de mais, o que poderá não resultar com algumas pessoas.
Começamos com o pão que é variado e bom e que chega acompanhado com paté. Obrigatório pedir uma Sangria que compete ombro a ombro com a do Yuco como a melhor Sangria do Porto. Esta provavelmente mais "forte", mais alcoólica.
Sugerimos escolher o que comer, enquanto "pica" uns pimentos padron, e cuidado que aqui picam mesmo, e se alguma vez estiver perante o último do prato, cuidado, muito cuidado, porque esse pequeno e inofensivo pimento poderá ser o rei do pica-pica.
A lista chega e não sabemos o que escolher, podemos colocar-nos nas mãos do Miguel e ele vai trazendo "de tudo um pouco", falamos em, Calamares, Gambas "Al aljillo, Mexilhão tigre, Mexilhão vinagrete, Lulas grelhadas, Brocheta, Cogumelos Recheados, Setas "Plancha", Setas "Al aljillo", Pimentos de piquillo recheados, Pimentos de piquillho "Al ajillo", Revuelto espinafres e espargos
Revuelto de chouriço, Revuelto de gambas, Ovos recheados, Ovos cordoniz, Tortilla de presunto e queijo, Tortilla de batata, Batata "ali oli", Croquetas de presunto e queijo, Moelas, Pincho, Costeletas de cordeiro, Queijo, Enchidos e Presunto.
Se estiver na sala de baixo poderá achar, passado uma hora ou duas, que os bancos são um pouco desconfortáveis, e na realidade são.
Para os mais valentes, antes da sobremesa, podem lutar contra umas papas de sarrabulho à meneira, as quais dão nome ao restaurante.
Mesmo que não fume, poderá acompanhar as várias caravanas de fumadores que vão até lá fora arejar e aproveitar para socializar um pouco mais ou para apanhar ar puro.
Chegamos à sobremesa e até aí nos facilitam a escolha, jáque poderemos escolher uma "bomba calorica" que é um bocadinho das sobremesas da casa, todas caseiras, mousse de chocolate, mousse manga e tarte de maracujá.
Mais dois dedos de conversa e venham os cafés para abalarmos.
Faltou referir que as horas que passamos no Tapas são brindadas pela melhor música que se fez nos anos 80 num volume perfeitamente aceitável e que nos leva a rebobinar o filme para outros tempos.
Apenas na hora de pagar ficamos assim com um amargo de boca, a experiência é boa, mas o preço não convida a que seja feita muitas vezes. É pena, porque fica uma vontade enorme de voltar.

Localização/Ambiente - ****(4)
Serviço - ****(4)
Comida - ****(4)
Relação Qualidade/Preço - ***(3)
Satisfação Global - ****(4)
Estrela Joker Remendação ComamComam - * (1)

Total - 20 num máximo de 25




http://www.tapasepapas.com/

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Yuco Tavern

Em Costa Cabral, quem vai em direcção à Areosa e passa pelo Doce Alto (à direita), encontra uns cem metros à frente (à esquerda), uma porta numa esquina a dizer "YUCO". Bata à porta e entre para experimentar uma das melhores francesinhas da cidade e a melhor sangria!
Três salas, sendo que uma delas é mínima, recebem os comensais, revestidas a pedra, adornadas com instrumentos agrícolas do passado e suspensas, aqui e ali, fotografias de outros tempos.
Sugiro marcação telefónica, senão correm o risco de ter que ficar, à esquina e ao frio, a pensar no quentinho que está lá dentro e com a barriguinha da dar horas. Apesar de estar aberto até às duas, fins de semana e dias de jogo do Porto, são dias em que muito dificilmente se consegue mesa a horas decentes.
Pai e filho fazem as honras da casa com simpatia e profissionalismo, sempre que pode, o filho, tem um tema de conversa para envolver os visitantes na narrativa da casa. O restante staff complementa a direcção da casa na perfeição. Contudo, têm uma costela bastante comercial que no limite levaria a que comessemos tudo o que cabe na lista e a que o copo nunca estaivesse vazio.
Tive um episódio neste boteco, que apelidei de "o nazi da cerveja". Com a malta da bola, já depois da meia noite, fomos celebrar a amizade com a bela da francesinha, e um fininhos à maneira, aconteceu que por magia, o funcionário, nunca deixava acabar um fino, faltava um terço, e já la estava outro. Não tivessemos tomado uma posição de força, a muito custo, tal a temperatura e forma como a cerveja estava a sair, e ainda hoje provavelmente estaríamos lá sentados a beber finos em série.
E o que se come além da francesinha, perguntam vocês? O cestinho de pão é delicioso, sei que se trata de algo básico, mas que é um indicio do que vem a seguir. Podem começar com umas moelas, ou um pratinho de queijo e fiambre que chegam em pequenos rolinhos (por vezes o melhor está nas coisas simples mais uma vez) e acabar num dos mistérios da lista - cebola com vinagre - uma agradável surpresa, mas que hipoteca por completo qualquer possibilidade de sucesso amoroso nesse serão.
Além da obrigatória francesinha, poderão experimentar outras sandes como o ratinho ou a japonesa (sim, é mesmo para ficaram curiosos que não explico do que se trata).
Aviso já que a francesinha chega e sobra para satisfazer por completo como refeição, por vezes, até as batatinhas fritas tendem a ser demais. Passados uns minutos, sem necessidade de pedido, chega uma pequena terrina a que os colaboradores na brincadeira chamam de sopa, mas que tem molho adicional para a francesinha (um dos segredos bem guardados). Bons ingredientes, pão de forma de padaria, queijo, salsicha e enchidos de qualidade, acompanhados do molho, picante q.b. e bastante saboroso. Esta é daquelas francesinhas que também dá luta e faz suar....
Para mim, a cerveja é o que melhor acompanha a francesinha, e aqui, como já disse, é tirada numa temperatura espectacular. Mas não podem ir ao Yuco sem provar a Sangria, para mim, a melhor da cidade do Porto, deliciosa, alcool q.b., e cheia de fruta (quase que nem precisam de pedir sobremesa). Vem acompanhada de uma conchinha precisamente para poderem distribuir as fruta pelos copos e degustar ao máximo esta especialidade.
E chegando às sobremesas, chegamos também ao que só existe para estar na lista, dado que normalmente, no final, só há espaço para café e pouco mais. Para os gulosos, há uma mousse de dois sabores, apenas satisfatória.
Uma nota para o facto de ser quase unânime a qualidade do Yuco e tratar-se de um sítio agradável de estar e com bom serviço, mas ser quase também unânime a opinião de que se trata de um restaurante com um preço muito acima da média para o que lá se come. Na minha opinião, vale bem a pena, mas se tivesse preços mais convidativos, iria lá mais vezes.
Pedimos os cafés e a conta. E temos sempre alguém que nos abre a porta e se despede cordialmente.
Fica a vontade de voltar.

Localização/Ambiente - ****(4)
Serviço - ****(4)
Comida - ****(4)
Relação Qualidade/Preço - ****(4)
Satisfação Global - ****(4)
Estrela Joker Remendação ComamComam - * (1)

Total - 21 num máximo de 25





https://www.facebook.com/search/results.php?q=yuco%20tavern&init=mag_glass&tas=0.6380412426543798&search_first_focus=1385709321269#!/YukoTavern

domingo, 24 de novembro de 2013

O António

Conheço "O António" desde o tempo em que era mais pequeno, menos agradável à vista (sem deixar de ser acolhedor) e que ficava do outro lado da rua.
Desde então manteve algumas características, a arte de bem receber e a deliciosa comida que serve.
A passagem de um lado para o outro da rua foi como que a transformação de uma larva (bonitinha) em borboleta. O novo espaço é fantástico e vê-se que é algo muito pensado, tendo em vista a satisfação total dos clientes.
Por fora é uma moradia térrea, um letreiro anuncia o restaurante e um semáforo a disponibilidade de lugar no parque ao fundo da casa.
Entramos de carro e somos recebidos por uma esplanada que deve ser uma delícia nas noites de verão, alguém nos abre a porta (está lá sempre alguém para nos abrir a porta) e vemos uma enorme sala, cheia de luz, com mesas largas e espaçadas q.b., conto pelo menos duas mesas redondas, que deveriam ser obrigatórias em todos os restaurantes, não há nada melhor para socializar! Ao fundo um espelho enorme que quase duplica a nossa percepção da sala. De um lado temos os vidros que dão para a esplanada, do outro a cozinha onde se preparam, com calma e sabedoria os pratos que nos alimentarão a alma e o desejo devoltar em breve.
Se, quando entramos (pelas traseiras), não virássemos à direita para a sala que nos vai servir de poiso, continuariamos em frente até uma pequena sala de estar, onde se pode aguardar por mesa, tomando um digestivo, conversando ou lendo uma revista. Mais em frente fica uma sala, mais pequena, mas também ampla, sala para fumadores, sala que termina, com a porta de entrada do restaurante.
Serviço simpático, profissional e atento aos pormenores. Em complemento o Sr.António, anda pela sala e faz o seu papel de relações públicas na perfeição,ora recebendo alguns comensais, ora passando pelas mesas perguntando se tudo se encontra bem.
As hostilidades começam com uma broa de avintes de comer e chorar por mais, o pão e tostas e a manteiga para quem gosta do essencial também não falta. Há muito por onde escolher de óptimas entradas, mas com regra, senão não chegam sequer ao prato principal. Opto normalmente pelas pataniscas, rissoís e bolinhos de bacalhau.
A carta de vinhos é extensa e interessante, e é aqui que temos a percepção de que estamos perante um excelente restaurante, mas que peca apenas por uma coisa, o preço é "upa upa". Gostava de o visitar mais vezes, mas não tenho dinheiro para isso. Optei pelo maduro branco da casa, que é servido em caneca, e que vim a saber ser Kopke.
De prato principal sugiro os seguintes, uma feijoada de camarão com um sabor e uma generosidade como há poucas, ou o rei da casa, o polvo, assado no forno ou em filetes, acompanhado de arroz do mesmo!
O polvo é delicioso, tenro, saboroso e o arroz, o arroz estimadas e estimados leitores, o arroz é o melhor arroz de polvo do mundo, uma cor escura, malandro, mas não muito, e um sabor um pouco avinagrado de fazer acordar as papilas gustativas que se pudessem fariam uma "onda mexicana" em agradecimento.
Depois do carrosel de sabores e texturas, chega um carrinho de sobremesas onde podemos escolher as sobremesas, entre doces, frutas e queijos. Os doces são bons, mas não passaram do mediano.
Café e "check please".
Uma experiência e tanto que aconselho vivamente!

Localização/Ambiente - *****(4)
Serviço - *****(5)
Comida - *****(5)
Relação Qualidade/Preço - ****(4)
Satisfação Global - ****(4)

Total - 22 num máximo de 25



Morada: Rua Óscar da Silva 2402
Código Postal: 4450 755 LEÇA DA PALMEIRA
Telefone: 229960741

Distrito: Porto
Concelho: Matosinhos
Freguesia: Leça da Palmeira

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Bar Tolo

Num bonito gaveto na Rua Senhora da Luz, encontramos um restaurante na forma de petisqueira moderna onde podemos degustar os mais típicos e genuínos sabores portugueses. 
No piso inferior, ao nível da rua, pode-se petiscar ao balcão ou em mesas corridas onde será bem provável um "table sharing".
No piso superior encontra-se uma sala com óptimo aspecto e que permite refeições mais demoradas e tranquilas entre amigos.
Subindo mais uns degraus chegamos ao terraço. A ideia era boa, aproveitar a localização previlegiada na foz e podermos ver o mar. E, se nos esforçarmos, conseguimos ver um pouco de mar, entre os telhados e as varandas da velha foz. Não fosse a feliz decoração do espaço e pensaria estar na varanda de uma casa que foi aproveitada para esplanada.
A ementa chega em forma de livros de BD (Asterix para os sólidos, Gaston para os líquidos) e tudo é servido em bonitos pratos a que se juntam talheres antigos. Uma lista extensa de petiscos, informa à partida que a aposta da casa são mesmo as tapas portuguesas, uma leitura demorada da lista leva a que se fique a salivar. A carta de vinhos também nãoé nada má.
O serviço é básico, demorado e apenas a simpatia da colaboradora consegue equilibrar o prato da balança por forma a não sermos mais "incisivos" na avaliação.
Tomei algum do meu tempo a pensar na demora, e penso que terá a haver com os três pisos do restaurante. Ou muito me engano, ou das duas uma, ou os funcionários têm que subir a estreita escadaria num número de equilibrismo com os pratos, ou o elevador que serve de "bzidróglio" entre a cozinha e os diversos espaços do restaurante, é da mesma altura daqueles elevadores em que temos que entrar, fechar a porta, depois a grade, carregar no botão e rezar para que nos leve, calmamente, até ao destino.
A visita foi ao almoço e aceitamos o prato do dia que eram croquetes de alheira, estavam bons e recomendam-se. Foram acompanhados de uma Sangria suficiente (com gelo a mais) e terminamos com uma tarte de limão e uma mousse de avêla. As sobremesas sobressaíram pela positiva, deliciosas!
Um a café para a viagem e toca a descer a escadaria, não sem antes ter que passar pelo balcão para passar o cartão multibanco, uma chatice.

Localização/Ambiente - ***(3)
Serviço - ***(3)
Comida - ***(3)
Relação Qualidade/Preço - ***(3)
Satisfação Global - ***(3)

Total - 15 num máximo de 25








 http://bartolofoz.com/

domingo, 10 de novembro de 2013

Soundwich

Com o Verão no seu pico e em plenas férias resolvemos experimentar o Soundwich no parque da cidade do Porto.
Tantos eram os "soundbites" sobre o lugar, a originalidade, a música e a comida, que resolvemos experimentar.
Tivemos a sorte de lá ir num belo dia de sol, pelo que ficamos na eira/esplanada da velha casa rural que dá lugar ao espaço. E cá fora, de muito espaço falamos, vários guarda-soís, várias mesas, distanciadas, permitem usufruir do sítio e comer com a necessária privacidade. Com a simples ideia de pintar paletes de vermelho, conseguiram, além de dar cor ao espaço, um efeito delimitador dos vários espaços disponiveis, bem simpático.
Curioso, fui explorar o interior da casa, muito bem decorado e que nos faz sentir em casa. Fiquei com vontade de experimentar a sala quando o frio a isso convidar.
Funcionárias simpáticas, com umas fardas originais e um chapéu de palha que lhes permite enfrentar os dias de sol. Poliglotas também, porque é restaurante com grande afluência de turistas.
O Soundwich inova em tudo, desde o nome, as ementas que nos chegam em capas dos velhos LPs, passando pela sandwichs concebidas por 7 chefs de renome, que chegam à mesa numas caixinhas metálicas e terminando nas sobremesas concebidas também por chefes pasteleiros, com um aspecto e apresentação (e tamanho) que não é comum ver cá pelo burgo.
Cometemos uma pequena loucura de pedir meio jarro de sangria de espumante, estava boa, mas soube a pouco e pesou muito no bolso, dividimos um mil folhas de alheira como entrada e comemos uma sandwich e uma massa.
Apesar de boa, a sandwich, é sempre aquela história, não deixa de ser uma sandwich pela qual pagamos o valor de uma refeição de prato. Foi uma sandwich de perú crocante com molho de parmesão, tomate semi-seco e alface. Tudo dentro de um bom pão e que no final satisfaz. Chega à mesa numas caixinhas como a que podem ver na fotografia abaixo.
A massa, penne de galinha, com tomate cereja, pesto, rucula e queijo da ilha, estava apenas suficiente, sendo que o queijo nem se via, nem se sentia.
De sobremesa, um semi-frio de mousse de chocolate e caramelo, que estava delicioso, mas díficil de encontrar, tal o seu tamanho reduzido.
A esplanada em meia-hora estava cheia e bem frequentada, os comensais podiam usufruir do sol, do bonito espaço, da comida, da bebida e da música, sim da música, porque a música que passa é a Smooth FM, a mesma que gosto de ouvir aqui pelo nosso blog.

Localização/Ambiente - *****(5)
Serviço - ***(3)
Comida - ***(3)
Relação Qualidade/Preço - ***(3)
Satisfação Global - ***(3)
Não aceita Visa (-1)

Total - 16 num máximo de 25





http://www.soundwich.pt/

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Baga


E neste fim-de-semana lá fomos outra vez para a baixa.
A cadência com que têm aberto restaurantes na baixa do Porto é tão grande, que me parece vir a ser impossivel que exista espaço/clientela para um tão grande leque de oferta, mesmo considerando os turistas que por cá aterram todas as semanas.
Encontro marcado no Baga - Wine & Gourmet, situado na rua dos Caldeireiros, na intercepção com o Largo dos Loíos, largo este que se encontra de cara completamente lavada devido a toda a intervenção na zona do Palácio das Cardosas e que nos presenteou com uma nova Praça das Cardosas e com um parque de estacionamento na mesma zona.
Espaço pequeno (leva no máximo 40 pessoas), mas agradável e com bom ar. Pouco espaço entre as mesas que é algo de que não gosto. Madeira clara nas mesas e cadeiras e caixas de vinho a fazerem de candeeiros de parede.
Quando chegamos estava quase cheio e eramos os únicos "locals".
Serviço suficiente, simpático, esforçado, mas ainda com muita margem para melhorar.
Apesar de alguns pratos tradicionais, o restaurante aposta nas "tapas" portuguesas, alheira, pica-pau, queijos e presunto, castanhas com chouriço, cogumelos com gambas, entre outros.
As já usuais peneiras com um paninho acolhem o pão e a broa que servirão para acompanhar as tapas e "mergulhar" nos molhos.
Começamos com os célebres pimentos padrón, em que normalmente uns picam e outros "nón". Um pouco grandes de mais e sem grandes surpresas ao nível do "picar".
Carta com pouca oferta ao nível dos vinhos, e sem referência a Sangria (viemos a saber que têm, mas porque perguntamos). Os vinhos, poucos, mas de qualidade, tinham no entanto algumas falhas de stock, situação que deverão rever. Optamos por um tinto do douro, o Palestra, que se revelou uma óptima surpresa e a um preço que considerei "fair".
Tábua de queijos de qualidade superior com o presunto em grande nível, mas um pouco escasso.
Alheira que não passou no teste de sabor, mas que foi largamente compensada pela qualidade do pica-pau e dos cogumelos com gambas. As castanhas levaram um suficiente.
Desilusão com a oferta de sobremesas, somente cheese-cake e mousse de chocolate. O primeiro muito bom (recomenda-se) a segunda banal.
Fechamos a loja com um café e com um Whisky Cardhu (era o único que tinham) a meias.
Preço dentro do esperado e não exagerado.

Localização/Ambiente - ***(3)
Serviço - ***(3)
Comida - ****(4)
Relação Qualidade/Preço - ****(4)
Satisfação Global - ***(3)

Total - 17 num máximo de 25






https://www.facebook.com/pages/BAGA-WINE-GOURMET/537220889655985

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Antunes


Quem desce o Bonjardim, depois de passar Gonçalo Cristovão e quando a rua começa a estreitar, encontra à direita o Restaurante Antunes, ou como a malta aqui lhe chama o "iTunes".
Casa modesta e sem grandes pretensões estéticas e visuais.
Quem conhece o sítio há muitos anos, conta-me que era um tasco com serrim no chão. Hoje,não chegamos a tanto, casa simples, com duas salas, entramos e à esquerda temos um balcão corrido, para uma refeição rápida ou para beber um fininho enquanto espera pelos restantes comensais. Ao fundo a cozinha, duas ou três mesas e ao meio uma cruz, dois homens parados e uma linda luz.....desculpem mas deixei-me empolgar pelo "Fado".
Uma segunda sala com as mesas decoradas como poderão ver na imagem abaixo e para onde todos se dirigem quando entram. Não estranhem ouvir falar inglês e francês porque este é um dos segredos no Porto, que tem lugar cativo em todos os guias de viagem na cidade.
Sou suspeito porque sou cliente regular, mas o serviço é bom, atencioso e familiar. Se lá forem o Vitor irá tratar-vos bem concerteza.
Bem, mas vamos ao que importa, começamos por mandar vir um belo jarro de Espadal, bastante fresco e que vem com uns copos tirados do congelador. Muito bom! Entram ao mesmo tempo uns pratos com umas torradas com alho caseiras e deliciosas, acompanha um segundo prato com um combate entre chamuças e bolinhos de bacalhau, que se ficam por um empate, dado que são igualmente bons!
Depois, bem, depois só têm que pedir o prato rei da casa - o belo do Pernil Assado no Forno a Lenha. Vem numa travessa rústica acompanhado de batatas assadas, um "cantinho de esparregado"e um arroz simples.
O pernil é muito bom tostado por fora, bem cozinhado por dentro, claramente o melhor que comi até hoje. É como estar a comer um fiambre cozinhado com um sabor inigualável. Um reparo (que já fiz algumas vezes pessoalmente) para as batatas, que, como o tempo para assar não é o mesmo do Pernil, chegam muitas vezes pouco tostadas, quase que cozidas.
Sugiro que peçam logo à partida para trazer mais esparregado, que delicia!
Uma nota, o pernil chega bem para três adultos que comam normalmente, o que muito agrada na altura de pagar.
Se a coisa correr bem, e a conversa fluir, outro jarro de Espadal terá que forçosamente vir...
E chegados à sobremesa, temos a preços que já não se usam, as famosas Rabanadas do Antunes, boas, muito boas. Uma mousse, docinha, com um travo a caramelo, mas que considero também muito boa.
Por fim, o café para preparar a partida.
Vamos, como chegamos, com um aperto de mão e com vontade de voltar em breve.

Localização/Ambiente - ****(4)
Serviço - ****(4)
Comida - ****(4)
Relação Qualidade/Preço - *****(5)
Satisfação Global - ****(4)
Joker Recomendação ComamComam (1)
Total - 22 num máximo de 25
 









sábado, 26 de outubro de 2013

O Afonso

Quem sobe a Rua da Torrinha do lado direito encontra uma pequena entrada de um Snack Bar chamado "O Afonso", um dos sítios no Porto onde a Francesinha é rainha.
Ao contrário de alguns críticos, não considero a Francesinha um parente pobre da restauração, alias, sou um grande apreciador e acho que existe,quer no mercado, quer nos clientes um nível de exigência cada vez maior para com este prato.
Não sei se vos acontece, mas dou por mim a desejar desesperadamente uma Francesinha, quando estou muitas semanas fora da cidade.
Voltando ao Afonso, entrada pequena, mas espaço bastante comprido, com várias mesas e com um balcão onde podemos sempre avistar o Afonso a fazer, com carinho e com tempo,o prato que dá fama ao Snack Bar. Sim, não vale a pena ir com pressa, porque a Francesinha é feita segundo um ritual que não admite pressões, tal qual uma linha de montagem de uma fábrica lá estão as máquinas alinhadas a grelhar os ingredientes à temperatura certa e o Afonso concentradíssimo no processo.
O espaço é também uma homenagem a Ayrton Senna, por todo o lado vemos fotografias, bonecos, réplicas dos carros que pilotou, capacetes, fatos e mesmo um pneu de fórmula 1. Nas paredes podemos ainda encontrar fotografias dos donos com algumas figuras públicas.
Já sentado sou presenteado com bola de carne (caseira e ainda quente), rissoís,chamuças, um fino à temperatura certa e algo que já não é muito comum encontrar, amendoins com casca. São assim o entretenimento para o tempo de espera pelo prato principal e o conforto para o estômago.
Funcionários simpáticos e dedicados, que sabem no tempo certo quando precisamos de mais molho ou de um novo fino.
A Francesinha é boa, muito boa, com bons ingredientes e com um molho puxadinho, daqueles que dá luta, ficámos a transpirar e necessitamos de ajuda da bela cerveja.
De sobremesas não vos sei contar, já lá fui muitas vezes, mas no fim, apenas sobra espaço para um cafézinho.
Tem multibanco, mas daqueles que ainda não são wireless, temos que ir atéao balcão, onde pagamos e nos despedimos do Afonso.
Da última vez que lá fui, vigorava a festa da Francesinha e por 10€ tinha direito à dita e a duas cervejas.

Localização/Ambiente - ***(3)
Serviço - ***(3)
Comida - ****(4)
Relação Qualidade/Preço - ****(4)
Satisfação Global - ****(4)

Total - 20 num máximo de 25





https://www.facebook.com/oafonsofrancesinhas

domingo, 13 de outubro de 2013

Mizu

Começa aqui a minha primeira incursão no campo do Sushi e afins.
A Maia, mais precisamente o centro da Maia, já merecia há muito um restaurante assim, moderno, bem decorado, muito "clean" e com gente jovem a tentar a sua sorte na área da restauração.
Atendimento simpático, profissional e prestável.
Tem um conceito de anti-sushi, para quem aprecia sushi, com pratos bastante bons e apelativos, como os mini hamburguers com arroz japonês e molho teriyaki (deliciosos) ou o prego japonês.
À semana tem menús executivos a partir de 9,50€,com entrada, prato (sushi ou anti-sushi), bebida e café.
Na última visita iniciei a refeição com uma sopa de miso, copo de vinho branco (e é mesmo um copo, não como em alguns sitios em que um copo, é um terço de copo) e um mix 12 peças de sushi. Terminei com um café.
O sushi é optimo e foge à monotonia, com rolos frios, quentes e dragons, em que a diferença de sabores e texturas entre as peças vai supreendendo.
O almoço fica mais em conta, mas o jantar recomenda-se também, a qualidade da comida mantêm-se e sugere-se ir com tempo e com amigos, o ambiente convida à socialização e à degustação.
O restaurante tem ainda Take Away com Mix Sushi Free Style de 15 peças a partir de 18 Euros. Convém ligar antes, porque é tudo feito na hora e será necessário perguntar ao Sushiman o tempo de espera.

Localização/Ambiente - ****(4)
Serviço - ***(3)
Comida - ****(4)
Relação Qualidade/Preço - ***(3)
Satisfação Global - ****(4)

Total - 20 num máximo de 25





https://www.facebook.com/#!/pages/MIZU/501712826520448?fref=ts

http://www.mizu.pt

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Tascö


No fim de semana demos um salto até ao centro da "movida" do Porto e em boa hora o fizemos.
O Tascö abriu em Junho, no 151 da Rua do Almada, fica logo alí à direita, quem saí a correr do túnel de ceuta a caminho da meta na corrida de S. Silvestre.
Chegamos à hora reservada e um dos responsáveis veio "cá fora" ao mini-alpendre, pedir desculpa porque a mesa ainda não estava pronta, os anteriores comensais entravam sem pressas no pedido dos cafés. Entregou as listas e sugeriu a oferta de uma bebida enquanto esperávamos. Logo à partida surpreendeu pela postura, pela comunicação e pela preocupação, ficamos tão bem impressionados que dissemos nada querer, que ficariamos bem apenas a conversar enquanto esperávamos.
Surpresa, o senhor das calças vermelhas (sim, os funcionários usam camisa branca e calças vermelhas) apareceu do nada, com uma magnífica tábua de enchidos e queijos, uma oferta, desculpando-se pelo tempo de espera.
O "core" são as tapas portuguesas, feitas na hora e servidas à maneira, em tábuas de madeira ou em tachinhos de alumínio. Boa carta de vinhos e com preços não muito puxados (Esteva ou Kopke na ordem dos 8 euros), para apreciadores há também Sangria.
Já acomodados, apreciamos o espaço, com mesas amplas e espaçosas, e uma utilização interessante de toros de madeira que preenchem na totalidade algumas arcadas nas paredes. Há também uma lousa gigante e o respectivo giz, para deixar recados e pensamentos.
Passamos pelas mãos de três funcionários, e conseguiram algo muito bom, uma consistência no serviço e na simpatia. A um deles apelidei carinhosamente de Ragnar Lothbrok, tal a semelhança com um personagem saído da série dos Vikings.
Comemos, além de nova tábua de queijos e enchidos (que traziam uma mini-compota), pataniscas de bacalhau, amêijoas à Bulhão Pato, morcela de Lamego grelhada com cebola, pica -pau (e que bom que estava) e moelas estufadas com molho picante (confirma-se que pica). Tudo acompanhado com pãozinho e broa e umas batatas fritas caseiras e muito finas servidas num vaso de alumínio.
Nas sobremesas, houve um empate entre a mousse (caseira e boa, mas já comi melhores) e um gelado de nata caseira com manto de morangos frescos triturados (disseram-me que estava em primeiro no top).
Pagamos, com vinho (2) e sobremesas, 15 aerios por pessoa, uma pechincha para a qualidade da comida e do serviço. E no fim, ainda dá para ir a pé até às galerias sem o risco de apanhar uma operação stop.
Li, não vi, que no primeiro andar existe ainda uma outra sala, mas penso que para já não está a ser utilizada.
A aposta no serviço, na qualidade da comida e nos pormenores, faz com que seja um lugar a revisitar asap.

Localização/Ambiente - ****(4)
Serviço - ****(4)
Comida - ****(4)
Relação Qualidade/Preço - ****(4)
Satisfação Global - ****(4)
Boa experiência (+1)

Total - 21 num máximo de 25


https://www.facebook.com/pages/tasc%C3%B6/132698113548146

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Zé Bota

Hoje vou falar do Zé Bota, restaurante com fama de boa comida.
Duas salas agradáveis, cheias de pormenores que fazem a diferença, para melhor. As paredes, de madeira, são decoradas por pedaços das caixas de vinho, que são coladas depois de os comensais deixarem escrito em pedra (neste caso em madeira) juras de amor à comida e ao serviço do Zé Bota.
A grande maioria dos escritos são de turistas, e são deste ano, pelo que admito que seja uma moda recente.
Populam também pelas duas salas, garrafas dos melhores vinhos portugueses, algumas delas Magnum, sendo a boa garrafeira outra das razões porque é conhecida a casa.
O serviço é de poucos sorrisos, mas eficaz e profissional.
Gostei de umas mini-prateleiras na parede onde podemos colocar a lata do referigerante e a garrafa de vinho.
Bem, passemos ao que mais interessa, a comida, fomos ao almoço e quer a carne de porco assada com castanhas, quer a alheira, apresentaram-se a um nivel superior de confeccao e sabor, muito boa a comida! O preço ainda melhor, os pratos do dia eram a 7euros.
Para sobremesa um cheesecake de framboesa notável e para terminar um café. Os meus olhos ainda pararam no pavé de chocolate (que neste caso não é "pavé", mas para "comé") e no semi-frio de lima, mas terá que ficar para outra ocasião.....

No final do repasto, começou a pairar no ar um cheiro a peixe frito, o que estragou um pouco o quadro final e deve ter relembrado ao dono a necessidade de revisão da exaustão da cozinha.

Notas finais para o acesso Wi-Fi gratuito publicitado também nas paredes e para o facto de, tendo a opcão de pagar por MB ou Visa, os clientes terem um desconto de 5% se pagarem em "cash"!!! Parece-me mais que justo e uma óptima ideia.

Ao almoço, preço médio de 12 euros por pessoa (com vinho da casa). Restaurante a visitar novamente.

Localização/Ambiente - ***(3)
Serviço - ***(3)
Comida - ****(4)
Relação Qualidade/Preço - ****(4)
Satisfação Global - ****(4)
Inovação (+1*)

Total - 19 num máximo de 25



http://www.zebota.com.pt/

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Cêpa Torta

Hoje venho falar-vos do Cêpa Torta, o original, o primeiro, porque já existe um segundo na Rua Senhora da Luz, uns minutos mais à frente.

Lugar pequeno e acolhedor (sugiro reserva), num conceito de tasquinha mais fina. Fuma-se, e muito, sendo que o ar condicionado é a corrente de ar da porta e uma janela no tecto.
Lugar bem frequentado, mas muito barulhento.

A experiência neste restaurante pode nem começar a ser, dado que quando reserva, tem a estranha informação que ou tem disponibilidade a partir das 20h e tem que vagar a mesa até às 22.15h, ou tem disponibilidade a partir das 22.30h. Entendo que por forma a rentabilizar o exíguo espaço seja importante rodar o espaço nas noites de maior afluência, mas o que fazem não se admite e se algum de vós se quiser chatear um dia e não sair à hora marcada, depois gostava que me contassem como é que o restaurante resolve a situação.

Adiante, porque nem tudo são coisas más, o serviço é um pouco bipolar, ora temos um funcionário simpático e solicito, ora temos uma funcionária que gostava de estar noutro lugar a fazer outra coisa qualquer.....

E chegamos à parte em que entendemos o porquê de tantos clientes que se condicionam a horários, sim, falo da comida.
Para começar um pão com tomate e queijo saído do forno, acompanhado de torradinhas com manteiga e alho e um paté fresco e saboroso.
Pedimos sangria tinta que se revelou aceitável, mas existem bons vinhos na carta.

Tudo o que comi até hoje estava bom, pelo que sugiro qualquer dos bifes, o polvo, o camarão catupiry, o cordon blue e qualquer das massas. Entre os bifes o Bife à Cêpa Torta com cebolada e molho de vinho tinto é muito bom.
Terão ainda a opção de tapas portuguesas para partilhar.

As sobremesas não ficam atrás dos pratos principais, uma tarte de limão meregada com leite condensado e bolacha, um cheesecake caseiro ou uma mousse de chocolate, fazem as delicías dos mais gulosos.

Nota: continuo a não compreender a opção de alguns restaurantes em não permitirem o pagamento com Visa e/ou Multibanco, pelo que começarei a penalizar estas situações na análise que faço.

Preço médio por pessoa - 20€

Localização/Ambiente - ***(3)
Serviço - ***(3)
Comida - *****(5)
Relação Qualidade/Preço - ****(4)
Satisfação Global - *****(4)
Não aceita pagamento com Visa (-1)

Total - 18 num máximo de 25




https://www.facebook.com/pages/C%C3%8APA-TORTA/201795794248




sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Adega Regional Passos Perdidos

Quem vai de Vila Pouca de Aguiar em direcção a Vila Real pela estrada nacional, encontra perdido na pequena aldeia de Vilarinho da Samardã um dos sítios de bem comer, onde o tempo passa devagar e onde os todos os nossos sentidos são estimulados.
Logo à chegada somos brindados com uma paisagem de que poucos restaurantes se podem gabar.

A antiga casa rural, transformada em restaurante, tem uma sala ampla com grandes janelas a convidar a apreciar a bela paisagem. O chão de pedra e a decoração da sala dão um ar mais rustico e fresco, ideal para o Verão.
Dentro, uma sala mais intimista, com lareira, forrada a prémios e artigos de jornal, onde é preservada a memória do escritor Camilo Castelo Branco, que ali viveu “os anos mais felizes da minha juventude”.

Lá fora, uns bancos corridos, convidam a uma visita contemplativa enquanto se toma o café ou um digestivo. Uma experiência que recomendo sobretudo com bom tempo.
A um canto poderão ainda encontrar uma mesa de matrecos, onde podem desafiar os familiares ou amigos para uns momentos bem passados.

As refeições são antecedidas por um cesto de entradas que inclui enchidos, azeitonas, queijo de cabra e pão de milho migado com moura e couves.

Nos pratos principais vale a pena experimentar os milhos com carne de porco de vinha-d’alhos – prato premiado num Concurso Nacional de Gastronomia com o 1.º prémio –; o charrisco de vitela Maronesa acompanhado por um arroz de castanhas; o bacalhau com broa regado com azeite e, ainda, o Cabritinho Assado no forno.

Optámos pela Posta à Maronesa e os Rojões à Transmontana, sendo que "exigimos" de acompanhamento em ambos, o famoso e delicioso arroz de castanhas.

Se o cesto de entradas cumpriu com as expectativas, o prato principal encheu as medidas, bem cozinhado e saboroso, com carnes bem temperadas e de boa qualidade.

Acompanhamos com um dos segredos mais bem guardados da região, o vinho da casa, da Adega de Vila Real, Terras de Alleu Branco (encontram a 1,5€ no Jumbo, mas não deve ser por muito tempo).

As sobremesas, servidas em bandeja, são variadas e de confecção própria, de salientar os doces regionais de cereja, abóbora e figo, podendo ser acompanhados do delicioso queijo de cabra. Esta forma de servir nem sempre está disponível, sendo que por vezes a sobremesa é servida à carta.
Em termos de comida é na sobremesa que reside o calcanhar de aquiles da Adega.

Se não fizerem estravagâncias, o preço médio poderá ficar por 20 a 25 € por pessoa.

Localização/Ambiente - *****(5)
Serviço - ***(3)
Comida - ****(4)
Relação Qualidade/Preço - ****(4)
Satisfação Global - *****(4)

Total - 20 num máximo de 25



terça-feira, 27 de agosto de 2013

Pombeiro

Hoje venho falar do Pombeiro, na rua do dito Capitão, mesmo ao lado do saudoso cinema Vale Formoso.
O lema do Restaurante é "Comer bem e caseiro, é no Pombeiro" e posso dizer-vos que o lema é para levar à letra!
O primeiro impacto não é muito agradável, a sala parece pequena e com algo que não me agrada, a proximidade das mesas. Depois de instalado, resolvo explorar um pouco e noto a decoração à base de rolhas, de bengalas e de madeira de caixas de vinho (muito na moda), que vem trazer um ambiente um pouco mais acolhedor. Em baixo, encontro uma sala que duplica a capacidade, e que tem um lareira que deverá ser bastante agradável no Inverno. Tem o senão de esta sala inferior ser para fumadores.
Serviço simpático e profissional com explicações simples e objectivas, quer quanto aos pratos, quer quanto às quantidades, sim, porque no Pombeiro é quase tudo às meias doses.
A carta revela-se uma surpresa, quer pela quantidade de pratos, quer por encontrarmos comida bem diferente da "globalização" que nos assola, e claro está, quantas mais opções, mais díficil se torna a escolha. Todos os males fossem esses.
Começamos com umas entradinhas que chegaram à mesa e que se revelaram muito saborosas, azeitonas, cubinhos de queijo de cabra em azeite com oregãos e um paté muito fresco de comer e chorar por mais. A acompanhar um pão ainda quente.
Optei pela "Vitela Maronesa assada no forno como em Baião", não sem antes pedir uma alheira em massa folhada, carinhosamente chamada de folhadinho de alheira. Tenho a dizer que chegou fatiada e que estava deliciosa, seca e sem excessos de gordura, com o sabor que a alheira deve ter e coberta por uma simples e fina camada de folhado.
A vitela chegou numa base de madeira onde encaixa a travessa, a qual apresenta uma boa porção de carne tenra e bem assada, com batatinhas, redondas, e bem assadas também. A acompanhar um arroz saborosissimo e uns legumes em que o alho sobressaí, mas não em demasia. Estava muito bom!
Acompanhei esta vitela com um maduro tinto da casa, Douro, de S. João da Pesqueira, o qual se revelou uma excelente escolha e bastante em conta.
Para sobremesa optei por uma mousse bastante consistente e doce, com chantilly por cima, servida numa taça de chocolate e baunilha que se come no fim, uma perdição.
Uma boa festa fica por cerca de 15 a 20 euros por pessoa.
Fiquei a pensar na Francesinha em massa folhada e no pudim abade de priscos, pelo que hei-de voltar em breve.

Localização/Ambiente - ***(3)
Serviço - ****(4)
Comida - *****(5)
Relação Qualidade/Preço - ****(4)
Satisfação Global - *****(5)

Total - 21 num máximo de 25

Frase do dia (retirada da carta do Restaurante): "Cozinhar não é trabalho, cozinhar é um modo de amar os outros" 



http://www.restaurantepombeiro.com/

sábado, 17 de agosto de 2013

Cozinha da Terra

Nada como inaugurar este Blog com uma experiência pela qual todos deveriam passar - um jantar no "Cozinha da Terra".
Começo por dizer que não sou muito de fazer grandes viagens para comer, mas que a deslocação do Porto a Paredes, vale bem a pena!
Tem um parque para estacionar o carro e ao chegar terão que tocar à campaínha, anunciando que efectuaram a obrigatória reserva de mesa.
Casa antiga de pedra com um grande pátio, à esquerda ficam as escadas que nos levarão a uma experiência única de sabores e sensações.
Entramos pela cozinha, onde podemos ver a comida a ser preparada pelas funcionárias vestidas de criada antiga, entre elas a dona do restaurante. Virando à esquerda, entramos na sala de uma casa antiga, com mesas e cadeiras confortáveis e uma musica "medieval" não incomodativa. Sala com muitas janelas, sendo que um dos poucos reparos que tenho a fazer ao restaurante diz respeito ao calor que se fazia sentir, fazendo falta um ar condicionado. Recorremos ao vinho para refrescar.
A "criada" serviu-nos de forma profissional e explicando detalhadamente os pratos, respondeu igualmente de forma entendida a todas as perguntas que fizemos (e não foram poucas).
Quando vos perguntarem se querem entradinhas, digam que sim, são como que uma preparação para o que aí vem.
Pataniscas de bacalhau, uns camarões como não comia há muito, bola de carne, pão/broa quente com azeite, um queijo de comer e chorar por mais e uns legumes salteados com um segredo bem guardado, quase que nos faziam ficar por ali.
Optamos pelo vinho verde branco da casa (da casa mesmo), que foi sendo trazido em canequinhas de meio litro por forma a não ficar quente. Um bom vinho diga-se de passagem.
Eramos quatro e optamos por pedir uma dose de bacalhau, de posta alta e boa lasca, escaldado e servido dentro do pão em cama de legumes, cozinhado no forno antes de ir à mesa e uma dose de polvo assado no forno com batata a murro. Não sei qual dos pratos o melhor, sei que estavam os dois muito, mas muito bons. O bacalhau sendo um prato diferente causou uma experiência inovadora, o polvo, estava além de tenro, muito saboroso.
Terminamos com um vulcão de chocolate e um gelado com molho de framboesas frescas.
Os cafés vieram, não sem antes virem também duas garrafas de Água das Pedras, fresquinhas.
É um restaurante para ir com tempo e sem pressas, toda a envolvente convida a comentar o que se vai passando e a contar histórias de outras experiências. Seguramente ficamos com uma excelente história para contar.
Já se sabe que tudo o que é bom tem o seu preço, razão pela qual voltarei à Cozinha da Terra numa ocasião mais especial.

Quatro pessoas pagamos cerca de 120 euros o que nos leva ao preço médio de 30 Euros (apenas com duas sobremesas).

De entre muitos prémios, recentemente o restaurante recebeu o Garfo de Ouro de 2013 do Semanário Expresso.

No fim ainda podemos privar um pouco com a Dª. Teresa Ruão, que nos falou do seu projecto de vida e de como o conseguiu concretizar, apostando na diferenciação, na qualidade, na história e no que a Terra tem para nos dar.

Localização/Ambiente - ****(4)
Serviço - *****(5)
Comida - *****(5)
Relação Qualidade/Preço - ****(4)
Satisfação Global - *****(5)

Total - 23 num máximo de 25



http://www.cozinhadaterra.com/